Aos Personagens Ilustres de nossa História nos 57 anos de João Monlevade! Marcelo Melo

Na foto acima, o grande “Dilcin”, na Banca da Praça Sete, lendo o jornal “Morro do Geo” (Arquivo)

O Facebook não foi feito para escrevermos longos textos, mas às vezes fugimos à regra, como hoje, quando nossa cidade-natal, João Monlevade, a quem chamo carinhosamente de Jean Monlé, e outros a chamam de “João Romão”, completa seus 57 anos de emancipação política. Já fiz minha homenagem em crônica, mesma antiga, continua atual, mas aqui gostaria de falar de alguns personagens de nossa cidade, figurar f0olclóricas e que, geralmente em uma sociedade são consideradas pessoas “não normais”. Mas, quem somos nós para nos considerarmos “normais”, neste mundo louco e cão?

Pois bem, mas quase chegando aos meus 6.2, alguns destes personagens nem tive o prazer de conhecer pessoalmente, como o famoso Pedro “Cêpo”, um torcedor do Metalúrgico doente que, quando tinha uma falta contra o arco do goleiro Nêgo Véio, com o Estádio do Jacuí lotado, ele gritava: – “abre, abre”. O goleiro entendia o código do amigo/torcedor e mandava o adversário cobrar a falta sem barreira, mesmo que se fosse bem próxima à área. E lá ia Nêgo Véio nela (rs). Mas conheci o vizinho ali da Vila Tanque, outro Pedro o Pedro “Besouro”, que residia à Rua 8. Vendia loterias na Praça do Cinema e não largava seu radinho à pilha de jeito nenhum (ou melhor, um “rádião), sempre pendurado na orelha, lá ia ele com seus passos mansos e sua voz grossa e graves, daí o apelido. E sempre sorridente! Irmão de outro personagem ilustre da Vila Tanque e grande figura, também saudoso o “Lau” Madeira, que sempre ali visitando os vizinhos e contando suas histórias. E ainda da Vila, a Sinhá “Onça”, pois toda cidade que se preza tem uma “Sinhá”. Lembro-me quando criança era mexer com ela e tinha de sair correndo ou levava uma vassourada!

Pois é, e nas praças do Cinema e do Mercado, quando ir com minha mãe acompanhá-la fazer a feira ou assistir a uma sessão de cinema sempre encontrava o “Duca Noé”, que às vezes circulava também pela Vila, no armazém do seu xará, o Noé Bastos. Era um senhor com traços do rosto meio parecidos com do o Mazzaropi – pelo menos na imagem que tenho de minha infância -, sério, mas de paz. No entanto, queria deixá-lo bravo era gritar: – “Duca Pinduca, ladrão de açúcar”! O homem virava uma fera e dá-lhe perna, porque se ele te pegasse, sobrava supapo de com força. Coisas da meninada da época, entre a infância e a “aborrescência”!

E, como sempre, havia o motorista de lotação, este normal como nós, mas sofria bullying da garotada que saia do Colégio Estadual e morava na Vila Tanque. Estudei apenas um ano na Estadual, pois o restante do Ensino Fundamental cursei na Escola Polivalente. No entanto. me lembro do grande e saudoso Sr Geraldo, velho motorista da Empresa Santa Maria. Devido ao seu jeito devagar de conduzir o ônibus, ganhou o simpático apelido de Geraldo “Moleza”. Com ele era, “devagar e sempre”, mudando a marcha sem nenhuma pressa (rs). E ele sofria na pele, mas levava numa boa, com seu jeito calmo e tranquilo de ser. Mas no eral, todos gostavam muito dele.

Pois bem, e ente estes personagens, um ainda está entre nós, apesar de meio sumido da praça, por causa desta onda. Vilatanquense da gema, reside há anos com uma das irmãs, em Carneirinhos, onde tem seu quarto todo arrumadinho, e muito bem cuidado. Mas gosta mesmo é da rua e de, principalmente, visitar seus conterrâneos e contemporâneos da Vila Tanque, onde vai e fica até uma semana. Trata-se de “Dilcin”, que alguns chamam “Dilcin Doido”, mas de doido não tem nada. Gosta que lhe comprem um cigarro, uma garrafinha de coca e lhe doem uma camisa, mas tem de ser de malha. Detesta camisa que tenha botões e casas. (rs). E também às vezes uma calça comprida. E tem de ser social! Aí o inverso. E às vezes no maior calor está todo vestido e no frio anda sem camisa. Faz parte de seu estilo de vida e não há quem não conheça do Dilcin, que já estar chegando aos seus 80 anos, muito bem vividos e sempre com uma guimbinha de cigarro quando não tem um inteiro, sem qualquer preconceito! Um cara super do bem! São não chamem o moço para bater uma laje, porque aí o bicho pega (rs)!

Pois bem, uma homenagem aos nossos personagens, figuras históricas e folclóricas de nossa João Monlevade!

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