João Monlevade uma cidade diferente. As pessoas que aqui nasceram, mesmo perdendo a história arquitetônica do lugar, têm na memória essa viva lembrança. A Monlevade dos anos 1940, 50, 60, 70 e 80 desapareceu. Como se passasse pela cidade um rio após a construção de uma barragem. Como naquela música de Sá e Guarabyra, “Sobradinho”. Monlevade seria como Remanso, Casa Nova, Sento-Sé, Pilão Arcado, cidades que quase desapareceram do mapa com a construção da Barragem de Sobradinho, no nordeste do país.
Mas a nossa cidade resistiu ao progresso do homem, à sua cultura desenvolventista, porque amam esta terra. Não como dos juízes e promotores que passam por aqui e cumprem sua sina profissional. Não como gerentes de bancos, delegados, tenentes, dos forasteiros que aqui ficam apenas uma temporada. Falo do monlevadense da gema, por nascimento ou por adoção. De gringos que vieram do Velho Continente para ensinar siderurgia e por aqui ficaram. Aqui criaram suas famílias, seus lares, seus filhos, netos e suas raízes.
Do tempo da velha Vila dos Engenheiros! Da rua dos Contratados. Da Cidade Alta, da Tupis, Guaranis, Carijós, Tabajaras, Timbiras. Das Três Casas, do Acampamento do Ângelo (alguns ainda falam “do Anjo”), o Ginásio de Tábua, do campo do Jacuí, do Grêmio. Do tempo do Onça e de Duca Noé, “ladrão de açúcar”. Do Geraldo Orozimbo, Acrízio Engrácio, De seu Geraldo “Moleza” dirigindo o ônibus que seguia para a Vila Tanque. Do tempo de Zé Liga e a Estrela da Vila. Ou do Bloco do “Samba Furô” subindo nos carnavais de rua. Ficou a história!
Na foto acima, lembranças da nossa bela arquitetura, começando pela Leiteria, ou o famoso Lactário e começando a subir o antigo “morro do Geo”, passando sob o viaduto e a linha férrea da Usina, avista-se à esquerda a saudosa Praça do Mercado e chega à vistosa Praça do Cinema, com sua bela arquitetura; o antigo Ginásio Monlevade (Colégio Estadual) e do outro lado os clubes do ideal e União Operário, além do Cine Monlevade, a Barbearia de Seu Bramante, a Farmácia de Seu Vicente, o antigo INPS, o Foto Diló, o Bar para Todos, Bar de Seu Simões, a Rádio Cultura, e ainda um banheiro público ao estilo europeu e mais ao fundo a Assistência Médica, além da famosa parada do ponto final dos ônibus. E ainda a Portaria-1 da Belgo-Mineira. À esquerda as cúpulas da Usina com suas chaminés, e acima o famoso Viaduto com suas escadarias e algumas casas das ruas Tupis, Aimorés e Timbiras.
Um pensamento em “Nosso Velho Centro Industrial e a nossa História! – Marcelo Melo!”
UTILIZEI ESTA BELA FOTO, MAS A COLORIZEI, COMO CAPA DE MEU LIVRO “DE JEAN MONLEVAD A LOUIIS ENSCH – BREVE HISTÓRIA DA BELGO MINEIRA EM SABARÁ E JOÃO MONLEVADE”. RESIDI NAS DUAS CIDADES E, EM AMBAS,COM FORTE LIGAÇÕES COM A BELGO MINEIRA. NO MEU TEMPO O COLÉGIO ESTADUAL ERA GRUPO ESCOLAR DA BELGO MINEIRA E NELE ESTUDEI POR DOIS ANOS. A LINHA FÉRREA ERA DE USO DA USINA DE JOÃO MONLEVADE E NELA PASSAVAM TRENS ELÉTRICOS DA COMPANHIA. PASSAVAM POR CIMA DO VIADUTO DO GEO. MAIS DETALHES NO LIVRO ACIMA. MORAVA COM MEUS PAIS EM CIMA DA FARMÁCIA DA BELGO MINEIRA, QUE DEPOIS VIROU RÁDIO CULTURA.. NUNCA VI FOTOS DESTES TRENS ELÉTRICOS.