A Cooperativa e a volta às urnas para eleger o presidente!

Em  nível  municipal,  um  fato  importante  envolvendo  a  classe metalúrgica.  Naquele  ano  ocorreria  a  inauguração  da  tão aguardada  Cooperativa  de  Consumo  dos  Empregados  da  Belgo-Mineira,  que  se  deu  no  dia  22  de  novembro.  Em  terreno  doado pela  empresa,  foi  construída  a  Cooperativa  para  que  os operários  da  ativa  e  aposentados  da  Usina  pudessem  adquirir produtos  de  qualidade  a  preços  mais  acessíveis.  Mais  de  4  mil associados  e  um  amplo  supermercado  foi  aberto,  funcionando na  Avenida  Wilson  Alvarenga,  onde  funcionou  o  PA e  hoje  está instalado  o  Quartel  da  Polícia  Militar. O estabelecimento  era  administrado  pela  diretoria  do  Sindicato dos  Trabalhadores  Metalúrgicos,  e  tal  conquista  se  deu  após acordo  entre  a  entidade  e  a  Belgo-Mineira.  Tinha  tudo  para  dar certo,  mas  acabou  fechando  as  portas  após  poucos  anos  de funcionamento.  Ninguém  soube  explicar  ao  certo,  apesar  de  o Supermercado  Bretas  ter  aberto  as  portas  em João Monlevade quando  a  Cooperativa  comemorava  um  ano  de  atividade.  Mas sabe-se  que  houve  sérios  problemas  de  ordem  administrativa  e falou-se  na  época  até  em  desvio  de  dinheiro  por  parte  do  pessoal da  Contabilidade,  mas  nada  ficou  comprovado.  Foi lamentável.  O sonho  se  transformou  em  pesadelo  e  grande  frustração  para  os operários,  que  acreditaram  no  investimento.

Na  esfera  nacional  acontecia  um  fato  histórico. Após  mais  de duas  décadas,  o  povo  brasileiro  voltaria  às  urnas  para  escolher  o seu  presidente. Anistiado,  Leonel  Brizola,  principal  aliado  do sogro  João  Goulart  –  o  grande  Jango  que  fora  deposto  após  o Golpe  Militar  de  64  –  voltava  do  exílio  no  Uruguai  para  tentar  se eleger  para  a  cadeira  do  Planalto  Central.  Por  outro  lado,  o sindicalista  Luiz  Inácio  Lula  da  Silva  era,  naturalmente,  o  nome do  PT após  as  batalhas  sindicais  lideradas  por  ele  em  todo  o  país, através  do  movimento  grevista  dos  metalúrgicos,  sustentado principalmente  no  ABC  paulista  e  de  grande  repercussão nacional.  Com  o  título  de  “caçador  de  Marajás”,  o  ex-governador  de  Alagoas,  de  família  poderosa  em  seu  Estado, Fernando  Collor  de  Mello,  era  outro  com  grandes  chances  de

vitória.  Por  fora,  corriam  outros  nomes,  entre  eles  o  do  lendário Ulysses  Guimarães,  símbolo  da  luta  pelas  “Diretas,  Já”, ocupando  a vaga  pelo  PMDB.  O  Brasil  voltava  a  eleger  o  seu chefe-maior  e,  sempre  simpatizante  aos  ideais  brizolistas,  votei no  gaúcho  dos  Pampas,  que  foi  o  terceiro  mais  votado.  Lula  e Collor  foram  para  o  2º  turno  e  disputaram  a  preferência  do eleitorado  brasileiro.  Entre  a  cruz  e  a  espada,  meu  voto  foi  para  o petista,  que  poderia  inclusive  ter  saído  vitorioso  não  fosse  a  estratégia  elaborada  pelo  Sistema  Globo  de Televisão  que,  durante  o  debate  final  entre  os  candidatos,  fez Lula  ficar  de  quatro  com  o  caso  de  uma  suposta  amante  e  ali, naquela  noite,  a  opinião  pública  se  virou  contra  o  candidato  do PT.  Era  aclamado  presidente  da  República  o  alagoano,  resíduo do  coronelismo  nordestino,  cuja  família  controlava  toda  a  mídia do  Estado,  Fernando  Collor. 

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