O local onde está instalado hoje o Quartel da Polícia Militar de João Monlevade; aqui funcionou a Cooperativa dos empregados da Belgo-Mineira, inaugurada em 1989
Em nível municipal, um fato importante envolvendo a classe metalúrgica. Naquele ano ocorreria a inauguração da tão aguardada Cooperativa de Consumo dos Empregados da Belgo-Mineira, que se deu no dia 22 de novembro. Em terreno doado pela empresa, foi construída a Cooperativa para que os operários da ativa e aposentados da Usina pudessem adquirir produtos de qualidade a preços mais acessíveis. Mais de 4 mil associados e um amplo supermercado foi aberto, funcionando na Avenida Wilson Alvarenga, onde funcionou o PA e hoje está instalado o Quartel da Polícia Militar. O estabelecimento era administrado pela diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, e tal conquista se deu após acordo entre a entidade e a Belgo-Mineira. Tinha tudo para dar certo, mas acabou fechando as portas após poucos anos de funcionamento. Ninguém soube explicar ao certo, apesar de o Supermercado Bretas ter aberto as portas em João Monlevade quando a Cooperativa comemorava um ano de atividade. Mas sabe-se que houve sérios problemas de ordem administrativa e falou-se na época até em desvio de dinheiro por parte do pessoal da Contabilidade, mas nada ficou comprovado. Foi lamentável. O sonho se transformou em pesadelo e grande frustração para os operários, que acreditaram no investimento.
Na esfera nacional acontecia um fato histórico. Após mais de duas décadas, o povo brasileiro voltaria às urnas para escolher o seu presidente. Anistiado, Leonel Brizola, principal aliado do sogro João Goulart – o grande Jango que fora deposto após o Golpe Militar de 64 – voltava do exílio no Uruguai para tentar se eleger para a cadeira do Planalto Central. Por outro lado, o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva era, naturalmente, o nome do PT após as batalhas sindicais lideradas por ele em todo o país, através do movimento grevista dos metalúrgicos, sustentado principalmente no ABC paulista e de grande repercussão nacional. Com o título de “caçador de Marajás”, o ex-governador de Alagoas, de família poderosa em seu Estado, Fernando Collor de Mello, era outro com grandes chances de
vitória. Por fora, corriam outros nomes, entre eles o do lendário Ulysses Guimarães, símbolo da luta pelas “Diretas, Já”, ocupando a vaga pelo PMDB. O Brasil voltava a eleger o seu chefe-maior e, sempre simpatizante aos ideais brizolistas, votei no gaúcho dos Pampas, que foi o terceiro mais votado. Lula e Collor foram para o 2º turno e disputaram a preferência do eleitorado brasileiro. Entre a cruz e a espada, meu voto foi para o petista, que poderia inclusive ter saído vitorioso não fosse a estratégia elaborada pelo Sistema Globo de Televisão que, durante o debate final entre os candidatos, fez Lula ficar de quatro com o caso de uma suposta amante e ali, naquela noite, a opinião pública se virou contra o candidato do PT. Era aclamado presidente da República o alagoano, resíduo do coronelismo nordestino, cuja família controlava toda a mídia do Estado, Fernando Collor.
Em Tempo: Tive a infelicidade de ter votado um dia neste canalha e bandido, Luiz Inácio lula da Silva, o Molusco/Carniça, maior corrupto da história política deste país.
*Do Livro A Saga: Memórias de um Jornalista do Interior” – Parte XXV
Autoria: Jornalista Marcelo M. Melo!