Na foto acima, um grupo de jovens no Anfiteatro Antônio Gonçalves, no Centro Educacional, durante diplomação após o encerramento de uma Oficina de Teatro, entre eles Francisco de P. Santos, Toninho, Wir Caetano, Magela, Dimas, Edinho, Elias Maroun, Afonso Torres (Afonsinho), João Bosco, Mírian Linhares, Ipojucan (Juju) e este escrevinhador
Quem viveu João Monlevade entre os anos 1960 a 1980 pode ver outra cidade, tanto no aspecto político quanto no aspecto cultural, bem mais estruturada, mais consistente e menos represada como hoje. Como monlevadense da gema, dali da Vila do Tanque, posso falar de cadeira. Não cheguei a viver o glamour da década de 1960, pois nasci um pouco depois, mas as décadas seguintes pude acompanhar e participar de movimentos artísticos, esportivos e ser espectador em outros. Havia cultura. Julho era brindado com o Festival de Inverno, tendo como coordenador o grande e saudoso Guido Valamiel. E várias atividades, como o festival de teatro, varal de poesias, oficinas de pintura, festivais de canção entre as escolas. Nós realizamos um movimento de vanguarda para a época e fizemos acontecer. Chegamos a promover um “enterro” da cultura de João Monlevade. Um pé d´água e nós ali, em cortejo fúnebre pela Getúlio Vargas – com direito a caixão e tudo -, que saiu do antigo Thomaz Vitaminas (point da época) à Praça Sete, depois entrando na Wilson Alvarenga e a parada no antigo Taberna 33, do Nozinho. Ali muita Vodka e dança. Éramos jovens decididos, no tempo que a única droga que consumíamos era cerveja, vodka e cachaça.
E ainda outros movimentos agitavam a cidade, como o Festival da Canção, a Feira da Paz, o Festival de Papagaio, feiras empresariais, Expomon, competições esportivas de alto nível e um povo que não vivia apenas de bares, Belgo e boutiques.
Eu vivi João Monlevade e não gosto que falem mal de minha cidade, mas posso dizer que tanto a iniciativa privada quanto o poder público, bem como nós, cidadãos e cidadãs, deixamos de investir mais em nós, nas nossas raízes, nos nossos costumes, na nossa cultura e nosso lazer. Perdemos tempo em não fazer.
Nas fotos abaixo momentos que marcaram o Festival da Canção quando ainda era relizado no ginásio do Grêmio; a Feira da Paz, realizada no Estádio Louis Ensch e tinha como organizador o saudoso empresário e ex-vereador João Bosco Vieira Paschoal; e o Festival de Papagaio realizado no Campo de Aviação, promovido pelo Rotary Clube e Departamento de Educação da Prefeitura.
2 comentários “Nos tempos que Monlevade fazia Arte! – Marcelo Melo”
Tempos bons que valeu você relembrar, fiz parte desta época junto com você e os amigos citados na matéria, acho que foram mais de 10 peças de teatro que apresentamos nesta época, também particei dos festivais de música. Como você comentou a arte e a cultura marcaram estas décadas em Monlevade. Parabéns Marcelo!
Sim Mirinha. Tempos bons e temos orgulho de termos dado nossa contribuição para as artes. Muito teatro. Que saudade!