Seu Randolfo e Jésus Godelo: Monlevade perde grandes personagens da história!

Randolfo Moreira sempre presou os símbolos e foi um ícone na história de Monlevade

Monlevade perdeu alguns dois seus personagens ilustres, muito representaram para a história da cidade. Cada um ao seu modo, Randolfo Moreira de Souza (Seu Randolfo) e Jésus Valentin (Jésus Godelo) fizeram parte do processo político e social de Monlevade desde os tempos em que ainda era distrito de Rio Piracicaba.

Seu Randolfo

O primeiro nasceu na região de Ponte Nova, em 27 de fevereiro de 1908; enquanto o segundo em Alvinópolis, em 23 de janeiro de 1929. Seu Randolfo faleceu num 1º de julho de 2006, horas antes de a Seleção Brasileira de futebol ter sido eliminada pela França na Copa da Alemanha, aos 98 anos muito bem vividos. Godelo faleceu solitário no quarto na manhã de 11 de julho do mesmo ano. Ambos tiveram suas obras imortalizadas.

Seu Randolfo foi um dos integrantes da Comissão Emancipadora de João Monlevade, trabalhado ao lado do saudoso ex-prefeito Germin Loureiro (Bio), José Loureiro (Seu Zeca), Alberto Pereira Lima, Carlos Caldeira (Carlitos) e Wander Wanderley de Lima (único vivo) na luta pela emancipação. Era um boêmio convicto, com uma diferença: não consumia bebida alcoólica, mas tinha prazer pela noite. Ao chegar em Monlevade, trabalhou como porteiro numa zona boêmia e mais tarde foi policial militar por mais de 11 anos. Depois, envolvido na política, trabalhou por vários anos como funcionário público (foi motorista do prefeito Germin Loureiro) e também foi taxista na praça. Atualmente, trabalhava na Câmara Municipal de João Monlevade e, mesmo em idade avançada, prestou serviços no Legislativo até uma semana antes de adoecer e se internar no Hospital Margarida. Religiosamente, ele chegava ao serviço às 8 horas. Dirigia até o ano passado e ainda freqüentava o forró dos aposentados quase todos os sábados. Mas, também era sagrada sua participação nas missas de domingos na Igreja Nova de Carneirinhos, sempre no horário das 10 horas. Lá estava Seu Randolfo, no seu cantinho, agradecendo a Deus. Adoeceu num final de semana e faleceu no outro, em um apartamento do Hospital Margarida, dignamente, como sempre viveu sua vida. Deixou a esposa e duas filhas.

Godelo

Jésus Godelo veio para Monlevade ainda novo e ingresso na Usina da Belgo-Mineira, onde trabalhou até 1971 no setor de “Acabamento”, na fábrica de tubos. Mas, sua grande paixão era mesmo o Grêmio Esportivo Monlevadense. Foi técnico, por vários anos, das equipes de futebol de salão do Grêmio, que era a sua casa. Participou de várias gerações, quando o futebol de salão do Clube era considerado um dos melhores do Brasil e por onde desfilaram vários craques como Monsueto, Curió, Dely, Geraldinho, Gregório, Dim, Vanil, Minguinha, Jésus Cabeção, Edu Maluf, Marley, Marcos Negão, Agnaldo, De Pádua, Paquinha, Evaristo, Henriquinho e outros. Godelo teve uma participação muito importante no esporte em João Monlevade e seu crescimento, a partir dos anos 50, deve-se muito ao seu trabalho. Anos atrás, devido a problemas de diabetes, ficou cego e morava sozinho num quarto do prédio da Congregação Mariana, em frente à Igreja Matriz São José Operário, mas tinha ajuda de vários moradores do Centro Industrial, que tinham um carinho especial por ele. Faleceu na manhã do dia 11 e seu corpo foi encontrado por amigos. Assim como viveu, sempre solitário, ele deixou este mundo. Seu Randolfo e Godelo, dois grandes protagonistas da nossa história.

Esta foi uma das equipes de futebol de salão do Grêmio Esportivo Monlevade dirigida por Jésus Godelo, aqui representada pelo Alianza. Na foto, em pé, da esquerda para a direita: Godelo, Mahé, Paulo Roberto, Pedro e Maluerzinke. Agachados, na mesma ordem: Fernando Policarpo, Hélkio, Curió e Marconi


O MORRO DO GEO, por sua vez, sente-se grato pelas obras realizadas em João Monlevade por essas duas figuras, cada um ao seu estilo, e que ficarão eternizadas. E o mais importante que, tanto Seu Randolfo quanto Jésus Godelo, receberam homenagens deste periódico ainda em vida, quando suas histórias foram aqui contadas.

*Matéria publicada na edição de nº 99 do jornal “Morro do Geo”, de julho/2006.

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