O embrião da nossa História!

Tudo teve início nos primórdios do século XIX, quando chegava ao Brasil o engenheiro de minas, francês, Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade, que aportava no Rio de Janeiro em 14 de maio de 1817, aos 28 anos de idade. Ele vinha devido à sua paixão pela mineralogia e geologia e, sabedor de que o Brasil, mais especificamente a Província de Minas Gerais, constituía-se em vastíssimo campo de estudos, veio acompanhar uma comissão do governo francês.

Antes de aportar em João Monlevade, ele primeiro percorreu várias comarcas e distritos mineiros, entre eles São João Del Rey, Vila Rica, Sabará e Caeté, até chegar a São Miguel do Piracicaba. Aqui, descobriu a extraordinária riqueza da região e, descortinando-lhe o enorme futuro, adquiriu duas léguas abaixo do então arraial de São Miguel, algumas semarias de terras, onde construiu a forja Catalã, que produzia, inicialmente, trinta arrobas diárias de ferro. E, foi ele também quem providenciou a construção da sede da Fazenda Solar, em 1818, edificação imponente que dominou a paisagem do Vale do Piracicaba e que, virando os tempos, tornou-se o marco histórico e símbolo maior da civilização plantada pelo pioneiro francês.

Outros nomes surgiram desde então, sendo a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira a grande responsável pela alavancada do município. Mas, antes disso, a primitiva fábrica de ferro passou por fases de crescimento, declínio e até mesmo a decadência, trocando de proprietários algumas vezes, até que transformou-se no embrião da Belgo-Mineira, graças à tenacidade de um outro pioneiro, o luxemburguês e também engenheiro Louis Jacques Ensch, que aqui chegou em 1934 com a missão de desativar a incipiente fábrica, mas acabou por consolidá-la graças à sua visão futurista. E, a partir daí, urbanizou toda a área, dotando-a de uma infra-estrutura básica condizente com as necessidades humanas.

A Belgo-Mineira então construía o Jacuí, a Vila dos Operários (Vila Tanque) e as casas das ruas Siderúrgica e Beira-Rio. A região próxima à Usina se tornou o centro comercial, onde também surgiram clubes, a Igreja Matriz São José Operário, o Hospital Margarida e o Grupo Central (de tábua). Carneirinhos, até o início da década de 1960, era apenas uma rocinha, com estrada de chão e um córrego fedorento cortando todo o bairro. O progresso parecia não chegar. Mas, graças à Belgo-Mineira, o distrito de Rio Piracicaba foi crescendo e homens empreendedores lutaram e conseguiram a emancipação, em 29 de abril de 1964. Assim se fez a história!

Fez assim pulsar um coração humano naquele peito de aço que se erguia à margem do rio Piracicaba.

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