A última entrevista de Oswaldo França Júnior!

Dois  fatos  marcaram  aquele  ano de 1989,  pelo  menos  em  minha  vida profissional.  O  primeiro  deles,  em  junho,  precisamente  no  dia 10.  A história  havia,  entretanto,  começado  um  dia  antes,  com  a chegada  do  escritor  e jornalista  Oswaldo  França  Júnior,  autor  de uma Coluna no jornal “Estado de Minas”.  Vinha à cidade para participar  das  festividades  de  um  ano  da  fundação  da  Livraria “República  Literária”  e  lançar  livros  de  sua  vasta  obra  literária. Era  tarde  de  sexta-feira,  dia  9,  e  tinha  ido  à  Prefeitura  participar de  uma  coletiva,  quando  o  escritor  se  reuniu  com  o  prefeito Leonardo  Diniz  e  seu  vice  Antônio  de  Paula.  Lembro-me  de  que tive  a  oportunidade  de  ter  uma  boa  conversa  com  ele,  pessoa  de grande  conhecimento  e  extrema  simplicidade.  Eu  e  João  Carlos Guimarães fizemos  uma  matéria  especial  sobre  sua  vida  e  obra  literária,  e nem  imaginávamos  que  seria  a  sua  última  entrevista.  Ainda naquela  sexta-feira,  realizou-se  a  “Noite  de  Autógrafos”, coordenada  pelas  proprietárias  da  Livraria,  Jacqueline  Silvério e  Nadja Aparecida,  no  Anfiteatro  do  Centro  Educacional,  com Oswaldo  França  Júnior  sendo  recepcionado  por  um  grande público,  entre  estudantes,  professores  e  autoridades.  Foi  uma daquelas  noites  inesquecíveis,  que  se  tornou  um  marco  cultural.

Manhã  de  sábado  e  o  escritor  passa  na  República  Literária  para agradecer  e  se  despedir  das  amigas.  Por  volta  de  1 1  horas,  ele segue  para  Belo  Horizonte,  naquele  10  de  junho  de  1989.  Caía uma  garoa, típica do inverno. Exatamente  no  local  conhecido  como  “Corte  de Pedras”,  ele  perde  a  direção  do  veículo  e  desce  em  um  abismo. Foi  ainda  socorrido  com  vida  e  passou  por  uma  cirurgia  no  Hospital  Margarida,  mas  infelizmente  não  suportou  os ferimentos  e  veio  a  falecer  no  final  da  tarde  daquele  sábado,  que ficaria marcado para sempre. E lá estava eu, conversando com uma  de  suas  irmãs,  numa  cena  que  não  se  consegue  explicar . Apesar  de  tê-lo  conhecido  há  um  dia  apenas,  Oswaldo  França Júnior  deixaria  sua  marca  em  minha  carreira  profissional.

Após esta entrevista, produzida por mim e pelo colega de profissão e amigo João Carlos Guimarães, que ficou eternizada nas páginas do “Jornal de Monlevade”, eu entraria em uma nova fase de minha vida profissional.

Obs: Vários acidentes foram registrados naquele trecho da rodovia, que fica logo na saída de João Monlevade para a Belo Horizonte. E, anos depois, houve a suspeita de que os acidentes eram provocados por pessoas que tinham uma empresa de reboque e jogavam óleo na pista para provocar os acidentes. Infelizmente, se o caso foi comprovado, os criminosos não chegaram a ser detidos. Revolta e indignação!

*Do Livro A Saga: Memórias de um Jornalista do Interior” – Parte XXII

Autoria: Jornalista Marcelo M. Melo!

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