As eleições de 1992 não terminam; Justiça determina recontagem de votos!

Como  na  vida,  também  a  política  é  um  jogo.  Uns  ganham  e  outros  perdem.  Mas  entre  os  15  vereadores  que  tentavam  a reeleição,  alguns  deles  se  viram  muito  frustrados  e  ninguém imaginaria  que  haveria  uma  recontagem  de  votos  na  disputa  à Câmara  Municipal,  fato  inédito  no  município.

No fritar dos ovos, cenas que dariam ótimos roteiros de drama para cinema.  A apuração  acabaria  na  noite  de  quarta-feira.  Já passavam  das  23 horas  e  todos  cansados,  principalmente  os mesários,  naquela  labuta  de  stress  e  tensão.  Urna  a  urna!  Voto  a voto!  Já  teriam  ido  para  a  casa  e,  pelas  suas  contas,  vitoriosos,  os candidatos  Antônio de Paula Magalhães,  Toninho Torres e José Couto.  Mas,  já  era  início  da madrugada  de  quinta-feira,  quando começaram  a  retornar ao ginásio da ACM alguns  candidatos que  haviam  saídos  derrotados ,  cabisbaixos,  e  de  novo  com  esperanças.  A tal  da  soma  das  legendas  mudaria  o resultado,  já  nos  descontos  do segundo  tempo  do  jogo.  O  primeiro  a  chegar  foi  o  vereador  e empresário  João  Bosco  Vieira  Paschoal,  que  buscava  sua  quarta  eleição,  ou  seja,  o  recorde  na  história  política  de  João Monlevade.  Ele  havia  ido  dormir decepcionado  pela  derrota. Seu  lugar  iria  ser  ocupado  pelo  ex-vereador  José  Couto. Contudo, quem sairia frustrado era o contabilista, porque João Bosco  estava  reeleito.  Por outro  lado,  mais  uma  decepção: Toninho  Eletricista  também  estava  fora  e  Gentil  Bicalho  seria reeleito.  O  mesmo  ocorreu  com  Toninho  Torres,  que  não conseguiria  a  reeleição  e  perderia  para  o  despachante  José Arcênio  Magalhães,  “Zezinho”,  até  então  desconhecido  na  política  local,  por  apenas  um  voto  de  diferença.

Estava  formado  o  novo  Poder  Legislativo,  com apenas quatro vereadores  reeleitos:  João  Bosco  Paschoal,  Wilson  Starling Júnior, Gentil  Lucas  Bicalho  e  Clésio  Gonçalves.  Assumindo  o 1º  mandato,  foram  eleitos  José  Arcênio  Magalhães,  Carlos Alberto  José  Guimarães,  Marco  Aurélio  Loureiro,  Gleber Naime  de  Paula  Machado,  Will  Jony  Gomes  Nogueira,  Djalma Augusto Bastos,  José  Marcos  dos  Santos  (Zé  Lascado),  José  Benísio Werneck,  José  Maria  Dias  de  Sales,  José Venâncio  e  Dorinha Machado.  Esta,  representando  as  mulheres,  já  que  Cristina Vasconcelos  e  Solange  Medeiros  não  conseguiram  se  reeleger. Quando  tudo  caminhava  para  a  diplomação  dos  vitoriosos,  uma surpresa,  inédita  na  história  política  de  João  Monlevade.

Houve  uma  virada  de  mesa  e  um  dos  eleitos  acabou  não tomando posse  em  1º  de janeiro  de  1993.  Por  decisão  da  Justiça Eleitoral, foi  feita  a  recontagem  de  votos,  e  na  maior  reviravolta,  o comerciante  Gentil  Bicalho  perderia  a  sua  vaga  para  outro candidato  do  PDT, Antônio  de  Paula  Magalhães,  popular “Toninho  Eletricista”.  Na  primeira  apuração,  ele  havia  sido derrotado  por  15  votos  de  diferença,  mas,  durante  a  recontagem, acabou  saindo  com  10  votos  à  frente  do  até  então  vereador.  Ou seja,  a  história  dos  25  votos  tirados  de  Toninho  e  contabilizados para  Gentil  jamais  foi  esclarecida,  pelo  menos  até  hoje, mas com certeza algum (ou alguma) escrutinador de uma certa Mesa Apuradora estava por trás. Mas tudo ficou apenas nas especulações, pois não foram apresentadas provas.  Por sua  vez,  “Zezinho  Despachante”  aumentaria  a sua  vantagem,  que  era  de  apenas  um  voto,  para  seis,  sobre Toninho  Torres.

*Do Livro “A Saga: Memórias de um Jornalista do Interior” – Parte XXXVII

Autoria: Jornalista Marcelo M. Melo!

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