Nasce o “Folha da Cidade”!

Estava  em  meu  terceiro  ano  militando  na  imprensa.  O  programa “Tiradentes/Globo  Comunicando  com  a  Cidade”  continuava  a todo vapor.  Já  era  sucesso  com  apenas  um  ano  no  ar,  e  a mudança  veio  com  a  saída  do  parceiro  Geraldo  Magela, que  naquele  ano  foi  contratado  pelo  deputado  federal  João Paulo  como  seu  assessor  na  região.  Para  seu  lugar  foi  contratado o  ex-metalúrgico  e  professor  de Inglês,  José  Geraldo  Lima,  que já  tinha  tido  experiências  em  rádio durante  a  fase  em  que  a emissora  funcionou  na  Praça  do  Cinema.  Demos  a  ele  o  nome artístico  de  J.  Lima,  e  pegou.  Foi  um  ano  bem  produtivo  na mídia  falada,  e  a  Rádio  Tiradentes  cada  vez  mais  ganhava  a simpatia  do  ouvinte  diante  de  seu  trabalho  sempre  voltado  em favor  da  comunidade.  José  Inácio  tornou  a  emissora  mais dinâmica  e  havia  programas  sertanejos  matutinos  e  vespertinos, com  Vicente  de  Paula  e  Dudu  Nunes,  além  de  Carlos  Moreira com  seu  programa  de  participação  popular.  Geraldo  Cardoso continuava comandando  a  Hora  do  Rei  e  eu  na  parte  jornalística  e  de entrevistas.  Maurício  Reis  era  o  responsável  pela  Editoria  de Esportes.  Não  ficávamos  muito  atrás  das  emissora  da  capital  em termos  de  programação, principalmente na área jornalística.  Ruim  mesmo  era  o  salário (rs).  Tudo conforme  o  ditado,  que  nos  consolava,  de  que  “ganha-se  pouco, mas  se diverte  muito”.

Para  fechar  1987,  decidi  tomar  outro  rumo. Deixei o “Tribuna de Monlevade”  e, com  a  cara  e  coragem  à  frente,  fundei  o  meu  próprio  jornal.  Na época,  todos  imprimiam seus jornais no formato  Tablóide. Em  novembro  de  1987, circulava  a  1ª  edição  do  jornal  “Folha  da Cidade”,  com periodicidade  semanal,  em  sociedade  com  o  amigo  Raimundo Formiga,  “Fufu”.  Alugamos  uma  salinha  à  Rua  Sayonara, atrás  da  loja  Ulete  Mota.  Contratamos  uma secretária  e  formamos  uma  equipe  seleta,  com  vasta  experiência na área. Faziam parte do grupo, entre colunistas e colaboradores,  Geraldo  Magela,  Claudina  Dias,  Professor Evandro,  Lúcio  Flávio  (Perereca),  José  Inácio,  Chico  Franco, Marilene  Cruz,  Geraldo  Guerra,  José  Couto,  Tereza  Antônia  e Renato  Lima.  Estilos  para  todos  os  gostos,  do  Direito  aos Esportes,  passando  pelas  artes  e  culinária.  Uma  experiência curta,  mas  bastante  proveitosa.  Nosso  jornal  duraria  apenas  13 edições  e  fecharia  na  mesma  época  em  que  entrava  em circulação  o  “Prezado  Senhor”,  em  fevereiro  de  1988,  primeiro jornal  em  formato  Standard  na  cidade  e  com  páginas  em policromia  (coloridas).  Aliás,  como  João Monlevade  sempre  foi cercada  de  alguns  mistérios,  o  surgimento  daquele  jornal  foi mais  um  deles.  Afinal,  o  forasteiro,  jornalista  Kao  Martins, chegava  à  cidade  em  um  ano  eleitoral  para  montar  um  jornal com  periodicidade  semanal.  A desconfiança  era  de  que  ele  vinha financiado  por  algum  dos  possíveis  candidatos  a  prefeito, já visando as eleições naquele ano,  e  a  desconfiança  pairou  sobre  o  petista Leonardo  Diniz  e  o  ex-prefeito  Lúcio  Flávio  de  Souza Mesquita. Mas, mesmo depois de parar de circular, uns anos depois, continuou o dilema de quem estava por trás daquele projeto.

*Do Livro A Saga: Memórias de um Jornalista do Interior” – Parte XVII

Autoria: Jornalista Marcelo M. Melo!

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