Uma vista parcial da Avenida Castelo Branco (Foto: Sérgio Henrique)
João Monlevade é uma cidade que cresce verticalmente, evolui economicamente, mas se perde na memória. Ainda somos um município em que o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – é considerado positivo, apesar de nossa educação não ter os mesmo índices de aprovação de um passado recente e a saúde pública está de mal a pior nos últimos anos. E olhe que a receita cresceu em quase 100% nos últimos 4 anos, e somos uma cidade privilegiada, pois nem área rural aqui existe. Portanto, a realidade é diferente na prática, onde poderíamos estar num grau bem mais acima.
Pois bem, mas além de problemas sociais e culturais, João Monlevade não tem memória, e nossas autoridades, assim como a ex-mamãe Belgo-Mineira – hoje Arcelor/Mittal – pouco se importaram em manter nossa história viva, a não ser visionários como o engenheiro Louis Jacques Ensch, e outros, exceções da regra. Não temos nosso Patrimônio protegido e exemplos são os imóveis e a arquitetura que fizeram parte da construção da 1ª Vila Operária da América Latinas e muita coisa já foi destruída. E as casas de madeira que foram mantidas, principalmente nos bairros Jacuí, Vila Tanque e Baú, teriam de ser tombadas pelo patrimônio, assim como as casas da Avenida Aeroporto. Simples, tão logo a Belgo-Mineira vendeu os imóveis, deveria ter sido criadas uma lei para que os novos proprietários fossem obrigados a manter as fachadas das casas , podendo reformar somente o interior das mesmas. Mas não, aqui tudo pode, porque é uma cidade sem lei!
Para vocês terem uma ideia, procure um documento antigo na Secretaria Municipal de Obras, e vai encontrar um arquivo onde não há quase nada do passado digitalizado, e para se encontrar um documento o funcionário do setor é obrigado a usar uma lanterna para ter acesso ao local. Peça uma planta da Matriz São José Operário, do estádio Louis Ensch, e vai encontrar nada. Enquanto isto a cidade cresce desordenadamente, sendo aprovados loteamentos a toque de caixa, sem estrutura, sem barragens para conter as águas das chuvas e que se foda-se quem está abaixo da linha do Equador. Aqui é Terra de ninguém!