JUBILEU DE OURO DOS PRIMEIROS FORMANDOS DO GINÁSIO MONLEVADE!

Na foto acima, o antigo Ginásio de Tábua

Dezembro de 1958. A cidade vivia um acontecimento inusitado: a formatura da primeira turma de concluintes do Ginásio Monlevade. Em 1955, com a instalação do Ginásio Monlevade, primeiro estabelecimento de ensino a ministrar o 1º ciclo do ensino médio (atuais quatro últimas séries do ensino fundamental) o distrito de João Monlevade dera sua grande guinada cultural. Até então, quem terminava o curso primário, se tinha posses, migrava para internatos ou externatos de Belo Horizonte, São Domingos do Prata, Mariana, Ouro Preto, Caraça, Ponte Nova, Cachoeira do Campo, Nova Era, Rio Piacicaba e Itabira, entre outros. Os demais que ficassem felizes com seu curso primário e aguardassem a idade de entrar para o Senai, trabalhar na Belgo-Mineira, no comércio ou pequena empresa e… casar.

A mudança veio quando o Dr. Albert Scharlé assumiu o comando da Usina de Monlevade. Uma de suas grandes realizações como Diretor Geral da Belgo, talvez a mais significativa para o futuro da cidade, foi, sem dúvida, o convite formulado ao Arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, em 1954, para instituir, sob a orientação da Mitra Arquidiocesana, um Ginásio em João Monlevade. É bem verdade que não se tratava de escola pública, ficando ainda restrita a quem tinha algum recurso financeiro. Então a Empresa criou a Fundação Félix Chomé, que socorreria os mais carentes. A grande vantagem, entretanto, é que não se precisaria mais deslocar-se da cidade para estudar. Tendo falecido em 1956, o Dr. Albert Scharlé não sobreviveu para colher os frutos de sua obra. Recebeu, na época daquela formatura, a homenagem póstuma dos formandos.

De pé: Ana Cota, Meire, Socorro, Herbert Forster, Pe. Henriques, Carminha, Eleuza e Maria Lúcia


Aceito o convite que lhe formulara o Dr. Albert Scharlé, Dom Helvécio pôs mãos à obra. Convocou o pároco, Cônego Dr. José Higino de Freitas, para a empreitada e, com o apoio da Belgo-Mineira, já em 1955, o Ginásio Monlevade estava em pleno funcionamento. Foi aproveitado um imóvel de tábuas, lá pelos lados da Cidade Alta. Sede da Congregação Mariana, o imóvel dispunha de um amplo salão de reuniões que funcionava eventualmente como salão de cinema, administrado pela Paróquia. Adaptado com recursos da empresa, o prédio recebeu ampla área coberta, banheiros, quatro ou cinco salas de aula (uma para cada série), uma pequena Biblioteca, Secretaria e Diretoria. A sessão de instalação do novo Ginásio, com aula inaugural pronunciada pelo Secretário de Estado da Educação, Prof. Bolívar de Freitas, foi realizada na própria escola, em 29 de junho de 1955. Em nome da Belgo, discursou o Dr. Fausto da Mata Machado, enquanto pelos alunos, falou a estudante Elza de Araújo Morais.

A partir de 1965, transferindo-se a manutenção das escolas de João Monlevade para a jurisdição estadual, o Ginásio Monlevade passaria a funcionar na Praça do Cinema, com o nome de Colégio Estadual de João Monlevade, com os Cursos Científico, Formação para o Magistério das Séries Iniciais e, posteriormente, o Curso Técnico de Desenho Mecânico.

Voltemos, entretanto, aos nossos formandos, que poderão celebrar no próximo mês o Cinqüentenário de sua conclusão de curso. Com muita justiça, o grande homenageado, o paraninfo dessa primeira turma foi o Arcebispo Dom Helvécio Gomes de Oliveira. Este, entretanto, não podendo comparecer, fez-se representar pelo Cônego Vicente Dilascio, Cura da Catedral de Mariana. Houve Missa de Formatura e Sessão Solene no Cine Monlevade. À Sessão Solene de Formatura, realizada no dia 15 de dezembro, compareceu público bastante numeroso. Além dos discursos de praxe, do representante do paraninfo e do Diretor da escola, discursou em nome dos alunos o Juarez de Oliveira Guimarães “que ressaltou o papel desempenhado pelo ginásio dentro do esquema de instrução estabelecido em Monlevade., a significação da escola do Arcebispo como paraninfo e acentuou a contribuição prestada pela Fundação Félix Chomé”. A oração de despedida, “feita em palavras de calorosa sinceridade”, foi pronunciada por Maria Tereza Evangelista formiga.

Na solene Sessão de Formatura, foram homenageados o Diretor, o Secretário e os Professores que atuaram na formação da turma pioneira.

*Pesquisa e Texto: Geraldo Eustáquio Ferreira (*Professor Dadinho)

Matéria publicada na edição de nº 127 do jornal “Morro do Geo”, de novembro/2008.

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