Na foto, a formação da 1ª Câmara Municipal de João Monlevade, cujos edis foram eleitos pelo voto direto, no dia da Posse, onde aparecem os seguintes vereadores, da esquerda para a direita: Jhonatas de Oliveira (Joanico do Cartório), Francisco Rosa, Laudelino Fonseca José Machado (Machadinho), João Amaro, Sebastião Gomes (1º Presidente), Ronaldo Frade, Acrízio Engrácio, Amaro Zacarias Gorgozinho, José Ferreira Soares, Vicente Corrêa, José Couto e Carlito Caldeira
Tudo teve início nos primórdios do século XIX, quando chegava ao Brasil o engenheiro de minas, francês, Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade, que aportava no Rio de Janeiro em 14 de maio de 1817, aos 28 anos de idade. Ele vinha devido à sua paixão pela mineralogia e geologia e, sabedor de que o Brasil, mais especificamente a Província de Minas Gerais, constituía-se em vastíssimo campo de estudos, veio acompanhar uma comissão do governo francês.
Antes de aportar em João Monlevade, ele primeiro percorreu várias comarcas e distritos mineiros, entre eles São João Del Rey, Vila Rica, Sabará e Caeté, até chegar a São Miguel do Piracicaba. Aqui, descobriu a extraordinária riqueza da região e, descortinando-lhe o enorme futuro, adquiriu duas léguas abaixo do então arraial de São Miguel, algumas semarias de terras, onde construiu a forja Catalã, que produzia, inicialmente, trinta arrobas diárias de ferro. E, foi ele também quem providenciou a construção da sede da Fazenda Solar, em 1818, edificação imponente que dominou a paisagem do Vale do Piracicaba e que, virando os tempos, tornou-se o marco histórico e símbolo maior da civilização plantada pelo pioneiro francês.
Outros nomes surgiram desde então, sendo a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira a grande responsável pela alavancada do município. Mas, antes disso, a primitiva
fábrica de ferro passou por fases de crescimento, declínio e até mesmo a decadência, trocando de proprietários algumas vezes, até que transformou-se no
embrião da Belgo-Mineira, graças à tenacidade de um outro pioneiro, o luxemburguês e também engenheiro Louis Jacques Ensch, que aqui chegou em 1934 com a missão de desativar a incipiente fábrica, mas acabou por consolidá-la graças à sua visão futurista. E, a partir daí, urbanizou toda a área, dotando-a de uma infra-estrutura básica condizente com as necessidades humanas. Fez assim pulsar um coração humano naquele peito de aço que se erguia à margem do rio Piracicaba.
Distrito e Emancipação
Em 27 de dezembro de 1948, com a promulgação da Lei Estadual nº 336, criou-se o Distrito de João Monlevade. Nesse período, fatos significativos aconteceram, como a
construção da Paróquia de São José Operário e a nomeação de seu primeiro pároco, Cônego José Higino de Freitas, que chegou aqui em 1948; a instalação do
Cartório Civil com o Sr. Jonathas de Oliveira, em 1949; a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, em 1951; a inauguração do Hospital Margarida, em 1952; a criação do Ginásio Monlevade, em 1955; e a formação da Comissão Pró-Emancipação, em 1958.
Tornar-se município e deixar de ser Distrito de Rio Piracicaba foi uma outra história, que se arrastou por longos seis anos. A Comissão Emancipadora foi formada por Germin Loureiro (presidente), Wander Wanderley de Lima, Randolfo Moreira de Souza, Carlos Caldeira, José Loureiro e Alberto Pereira Lima. Juntamente com outros nomes que formaram o grupo de apoio, movimentaram os corredores da Assembléia Legislativa e conseguiram unir forças políticas para, finalmente, vitoriosos, em 29 de abril de 1964. João Monlevade estava cravado no mapa de Minas Gerais.
Os colaboradores da Comissão foram Benedito Marcelino, Padre João Batista Gomes Neto, Geraldo de Paula Santos, Antônio Loureiro Sobrinho (Totó Loureiro), Gentil Bicalho, Oswaldo Silva, Olímpio Carvalho Lage, José Pedro Machado (Machadinho), Astolfo Linhares, Alonso Leite, Raimundo José Caldeira e Pedro José Caldeira. Até a primeira eleição, foi indicado como interventor Bolivar Cardoso da Silva, que governou João Monlevade até 1965.
O primeiro prefeito eleito pelo município seria Wilson Alvarenga (Arena), que governou João Monlevade de 1965 a 1966, sendo eleito deputado estadual. Assumiria seu vice, Josué Henrique Dias, que governou a cidade de 13 de agosto de 1966 a 31 de janeiro de 1967. Germin Loureiro (PMDB), popular “Bio”, comerciante, foi eleito em novembro de 1966, governando de 1967 a 1970. Por sua vez, o professor Antônio Gonçalves (PMDB), popular “Pirraça”, sai vitorioso nas urnas em 70 e comanda o município durante dois anos. O médico Lúcio Flávio de Souza Mesquita (Arena) ganha a Prefeitura em 1972, governando-a de 1973 a 1976.
Eleito em 15 de novembro de 1976, de 1977 a 1982 assume novamente a cadeira de Chefe do Executivo o professor Antônio Gonçalves. De 1983 a 1988, retorna Bio. Nas eleições municipais de 1988, ganha a Prefeitura o metalúrgico e sindicalista Leonardo Diniz (PT), governando de 1889 a 1992. Germin Loureiro volta em 1993, após vencer o pleito de 1992, e governa até 1996. Outro médico governa Monlevade, Laércio José Ribeiro (PT), eleito em 1996, comandando a cidade de 1997 a 2000. O radialista Carlos Moreira (PTB) foi o primeiro prefeito reeleito na história política de João Monlevade de João Monlevade, consecutivamente. Saiu vitorioso nas eleições de 2000 e 2004, governando o município por oito anos. O advogado Gustavo Prandini (PV) foi eleito em 2008 e governo de 2009 a 2012. Por sua vez, outro advogado, Teófilo Torres (PSDB), administrou o municípios de 2013 a 2016.
Nas comemorações do 56º aniversário de João Monlevade, administra a cidade Simone Carvalho Moreira (PTB), esposa do ex-prefeito Carlos Moreira, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro deste ano.
Nesta fotografia abaixo, o 1º prefeito eleito em João Monlevade, Wilson Alvarenga, durante a posse, ao lado do Padre João Batista, Alberto pereira Lima e o vereador João Amaro Gomes