Na foto, uma das fortes formações do Juventos, do Bairro Baú: Em pé: Caetano, Raimundo Pinto, Beraldo, Geraldo Baú, Domingos e Zé Louro. Agachados: Luiz (Bitu), Gerônimo, Valter, Lacerda e Oscarlino (Ném)
Há´muito tempo venho ensaiando iniciar um texto que relembre os “velhos tempos” do futebol monlevadense – ou mais precisamente, os anos 1960. Isto porque, se hoje não existe mais – exceção apenas ao Campeonato de Veteranos do Real E. Clube – houve um tempo em que a bola rolou em gramados – nem tão gramados assim, é claro – da nossa cidade. Tratava-se do Campeonato da 2ª Divisão, pois a 1ª, que tinha o Vigilante (Olímpico), Belgo-Minas e Metalúrgico, a disputa era com equipes das cidades circunvizinhas – Comercial, de Nova Era; Pratenano e Nacional, de São Domingos do Prata; times de Bela Vista de Minas, Rio Piracicaba, entre outros. A “segundona” não; esta era totalmente aqui e naquele tempo havia campos em cada bairro.
Eu era torcedor do Asa Branca, onde Wilson Vaccari – que trazia no currículo excursões pela Europa defendendo as cores do grande “Mengão” carioca, onde brilhou -, figurava como estrela maior.Morador da *Grota do Geraldo de Paula, eu acompanhava até treino da equipe que vestia a camisa da empresa de transportes coletivos da cidade, naquela época. O “Asa” empolgava a galera do “Posto”. ontudo, dividia seu campo com outro grande time, o Juventus, do Baú. Daí vinha a grande rivalidade que transformava Juventus x Asa Branca num autêntico clássico.
O campo em que treinavam – um na terça e quinta e o outro na quarta e sexta (sempre em torno das 16 horas) – situava-se exatamente no espaço que existe entre a Incubadora de Empresas e o PA. E era ali que também recebiam os adversários nas tardes de domingo, quando o “Cascudo” (também conhecido como aspirantes) antes, e a equipe principal depois, faziam a festa da galera.
Mas o campeonato empolgava mais por conta das partidas fora de casa”. Era quando o “Asa” saia para encarar seus adversários nos outros bairros que a garotada se esbaldava – como bem diria nosso amigo Franber, que ocupa parte da segunda página deste jornal, feito de encomenda pra colecionadores. A empresa de transportes cedia ônibus para levar torcedores do time a gente ia nem que fosse dependurado naquele pneu sobressalente que ficava fixado atrás das antigas jardineiras. Era para pegar o Industrial na *Praia dos Urubus, o Palmeirinhas no *Jacuí de Baixo ou o Vera Cruz no *Jacuí de Cima. Podia ser também o Atletic ou Vila Nova no campo da Lenheira, na Vila Tanque, Botafogo no Santa Bárbara, real ou Flamenguinho em Carneirinhos. Verdadeiras batalhas campais, onde não havia mortos nem feridos graves. Nada que impedisse o atleta de estar no outro domingo, a encarar a próxima.
Aqueles de vasta memória já ouviram falar em Vasquinho, do Penharol, dentre outros. Mais recentemente , o Carneirinhos, Aliado, América Celeste, Basc, Independente, Laranjeira, e outros que me fogem à memória. Mas, nada que se compare aos tempos de Asa Branca e Juventos quando ocorriam clássicos de “tirar o chapéu”.
* Nota do autor:
*Grota de Geraldo de Paula – atual Bairro Metalúrgico
*Posto ou Posto do Tenente – atual Bairro Belmonte
*Praia dos Urubus – atual Bairro Santa Cruz
*Jacuí de Baixo – atual Jacuí
*Jacuí de Cima – atual Cruzeiro Celeste