Tão logo instalou a Usina de Monlevade, a partir de 1935, no Estado Novo, a direção da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira tinha como prioridade construir uma Vila para atender aos operários que viriam trabalhar na sua nova unidade em Minas Gerais. A primeira Usina já funcionava em Sabará. Dessa forma, alguns arquitetos foram convidados a participar de um processo para que fosse iniciada a obra, ficando responsável pelo projeto o arquiteto Yaro Burian, o mesmo que também planejou o traço arquitetônico da Igreja São José Operário.
Na foto acima, o início da construção das casas da rua Siderúrgica, sendo erguidas primeiramente as residências da direita. Ao fundo o Hotel Siderúrgica e o prédio do Cassino
A Belgo-Mineira começava operar em 1937 e já no início da década de 1940 começaram a ser construídas as primeiras residências da Rua Siderúrgica. Dava início então o projeto lançado pelo visionário engenheiro luxemburguês Louis Jacques Ensch, que era a construção da 1ª Vila Operária da América Latina. E também eram eram erguidos o bairro da Vila Tanque e também as casas da Rua Beira-Rio, um pouco anterior à obra da Siderúrgica. Na época, também havia sido inaugurado recentemente o prédio do Hotel Cassino.
Assim João Monlevade dava início ao seu futuro, graças à investida desta grande empresa. O pequeno distrito de Arraial de São Miguel – mais tarde Rio Piracicaba – começava a ganhar a sua própria cara e sua arquitetura moderna, e operários aqui chegavam de várias regiões do Brasil. Desbravaram esta terra, depois de aprenderem os primeiros passos da siderurgia com “gringos”, vindos de países do Velho Continente. Daí o fato de João Monlevade ter herdado de tantas formas uma cultura europeia.
Abaixo, uma vista geral de todas as casas construídas. Ao fundo falta apenas o prédio da Caatanga. Ao fundo as cúpulas da Usina
Dedicamos muito desta história ao principal desbravador, que foi o homem que acreditou no então distrito de Rio Piracicaba e nas riquezas mineiras deste lugar, o Dr. Louis Jacques Ensch.