O advogado Gustavo Prandini cumpriu seu mandato como chefe do Executivo de 2009 a 2012 e foi considerado o pior prefeito que governou João Monlevade
Mais um ano de disputa eleitoral, com as eleições municipais de 2008. E foi marcada pela surpresa eleitoral. O advogado Gustavo Prandini de Assis, pelo Partido Verde, aparecia como uma nova liderança. Nas eleições passadas, como candidato a vereador, foi o mais votado, porém não se elegeu por questões de legenda. Dois anos depois, em 2006, saia candidato a deputado federal e teve uma votação expressiva. Sabia que suas chances de vitória eram muito pequenas, mas o importante mesmo seria colocar seu nome em evidência. E conseguiu, pois, dois anos depois seria o prefeito eleito em João Monlevade, derrotando o candidato apoiado pelo então prefeito Carlos Moreira e o deputado Mauri Torres, o médico Railton Franklin.
Antes dessa decisão, no entanto, o nome do grupo situacionista seria do empresário Lucien Marques, que foi preparado por Moreira para ser o seu sucessor. No entanto, alegando a não aprovação da esposa, desistiu de última hora da disputa. Assim o nome do Dr. Railton – eleito vereador em 2004 pela oposição – foi a bola da vez, sendo seu vice o jornalista Carlos Gomes. A outra candidata foi a vice-prefeita Conceição Winter, que foi abandonada pelo grupo liderado por Mauri e Moreira que, em vez de lhe ser grato por ela ter aceito o convite para entrar de vice na chapa durante as eleições de 2000 e mudar o quadro eleitoral daquele ano, a abandonou, e ela acabou na terceira
posição. Gustavo Prandini era eleito com pouco mais de 500 votos à frente do Dr. Railton. Para a Câmara Municipal, o índice de renovação chegou a 60%, sendo apenas quatro reeleitos: Dorinha Machado, Sinval Jacinto Dias, Robertinho do DVO e Zezinho Despachante. Nomes como José Lascado, Antônio Contrapino, Luiz Cláudio do Patrocínio e Helenita Lopes ficaram de fora. As seis novas cadeiras foram assumidas por Guilherme Nasser, Belmar Diniz (graças ao carisma do pai, Leonardo Diniz), Doró da Saúde (o mais votado), Carlos Roberto Lopes (Pastor Carlinhos), Dulcinéia Caldeira e Vanderlei Cardoso Miranda.
No entanto, passadas as eleições, antes mesmo de o prefeito eleito indicar seu Secretariado, um fato novo, envolvendo o vereador reeleito “Robertinho do DVO”, cairia como luva para provocar uma reação imediata dos profissionais da imprensa em João Monlevade. Isso porque, durante a primeira reunião após o pleito eleitoral, o edil usou a Tribuna e fez duras críticas à imprensa, chamando-a de “mercenária”, de forma generalizada. Claro que sabemos daqueles pseudos-profissionais (e nem carece citar os nomes) que vendem a opinião – e não o espaço -, a alma ao diabo e até a própria mãe para serem beneficiados financeiramente e que tão mal representam a classe (e nos dias de hoje é ainda mais vergonhoso), mas também há o outro lado da moeda. Diante do pronunciamento do vereador, convoquei os colegas e decidimos responder ao vereador Roberto. E assim o fizemos, ainda em outubro de 2008, quando redigi um documento – assinado por todos os jornalistas que participaram do encontro que se realizou no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos -, que foi lido em repúdio ao vereador, em uma sessão ordinária da Casa Legislativa. Fui eu mesmo quem usei da Tribuna Popular. Foi uma resposta forte e agressiva. Mas a reunião não ficou apenas no discurso. Após o término de meu pronunciamento, o saudoso colega Carlos Antônio Coelho (diretor do jornal “Alô Cidadão”), entrou no Plenário da Câmara com uma corbélia de flores – usada muito em velórios – para sacramentar, de forma figurativa, o sepultamento do vereador “Robertinho do DVO”. O caso ganhou a repercussão que buscávamos e provamos que, unida, a imprensa da cidade é muito forte. Mas hoje goza de pouquíssima credibilidade (Sic).
*Do Livro “A Saga: Memórias de um Jornalista do Interior” – Parte LXV
Autoria: Jornalista Marcelo M. Melo!