A fotografia abaixo foi feita em 1999, no apartamento de Wagner Costa, um dos filhos do Mestre Diló, no Bairro Serra, em BH. Eu trabalhava como assessor de Comunicação na Câmara Municipal e, junto ao então vereador Djalma Bastos – que ocupava o cargo de presidente do Legislativo – e o motorista José Luiz, fizemos uma visita ao fotógafo Diló, que aparece sentado ao lado de José Luiz, e ainda na foto, eu, Wagner, sua esposa e Djalma. Na época, fizemos uma exposição fotográfica no Hotel “Caminho do Mar, aqui em João Monlevade, com fotos antigas da cidade, e estivemos nesta visita para conseguir algumas de suas obras emprestadas, o que prontamente ele nos forneceu. Guardo esta foto com muito carinho!
Todos temos nossas histórias entre o passado e o presente, e o que poderá ser contado no futuro! Eu, como jornalista e há mais de 40 anos na profissão, posso dizer que tenho muito orgulho do que já fiz, e do que ainda posso fazer como formador de opinião. E tive o privilégio de conhecer muitas pessoas, ouvir bastante história, entrevistar e ouvir casos e causos de personalidades e de gente simples, homens e mulheres que deixaram um legado impressionante. Foi muito gratificante conhecer trabalhos voluntários, e saber de toda história de minha cidade natal, através de pesquisas. E antes mesmo de fundar o jornal, o nosso “Morro do Geo”, sempre me interessei em conhecer nosso passado, conversar com os monlevadenses mais antigos, ouvir relatos de cada personagem desta história, para guardar viva a nossa memória!
E, entre tantos personagens, centenas de pessoas com quem tive a oportunidade de conversar, trocar ideias e ouví-las, uma delas sempre mereceu uma atenção especial, justamente pelo seu papel como registrador da nossa história, atrás de suas lentes das suas máquinas fotográficas, e pela sensibilidade e o dom que sempre teve em observar cada detalhe, em cada rosto ou cenário que fotografou ao longo dos anos. Trata-se do Saudoso Sr. Ilídio Benevenuto Costa, que na verdade sempre foi conhecido pela sua alcunha, como “Diló”, e a quem sempre chamei de “Mestre Diló”, pela maravilha que fazia com sua câmera. Nascido em Nova Era e veio para João Monlevade a convite do Dr. Louis Jacques Ench, para registrara a nossa história fotográfica. Faleceu em janeiro de 2015, aos 94 anos de idade, e deixou seu legado.
Abaixo, um texto que escrevi e foi o Editorial de meu primeiro trabalho em sites, que lancei em maio de 2011 no prédio do Cassino. E o artigo fala exatamente da importância que teve o Pai da Siderurgia no Brasil em relação à sua cumplicidade com o Mestre da Fotografia:
“…A nossa história parece pequena, mas é de um tamanho incalculável. Pelo fato de João Monlevade ser uma cidade atípica, meio que colonizada pelos habitantes do Velho Continente, que aqui chegaram para nos ensinar a transformar o minério de ferro em aço. De transformar o Arraial de São Miguel em uma Vila Operária, entre as montanhas e o rio Piracicaba. E da Vila, a história dos nossos bravos homens que ajudaram a construir a Usina e a cidade. E, entre tantos casos e ações, o ideal do homem chamado Louis Ensch foi fundamental para que hoje a nossa história fosse contada. Graças à sua vivência e sabedoria, já naquela época, nos anos 1930, o saudoso engenheiro vindo das terras de Luxemburgo, desejou que toda a obra, desde o lançamento da pedra fundamental para instalação da Usina da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, fosse contada através de fotografias. Pois só assim a nossa história seria preservada, pelas imagens de um cenário maravilhoso. Até acredito que o Dr. Ensch – como era chamado carinhosamente pelos seus funcionários – previa que um dia todo esse acervo fotográfico fosse motivo de orgulho e aprendizado aos descendentes dos primeiros operários que aqui chegaram na década de 40 para erguer a Vila Operária”.
E, depois dos fotógrafos Coutinho e Assunpção, foi Diló o fotógrafo contratado pela direção da Belgo-Mineira para deixar tudo registrado, e foi ele o responsável em deixar preservada a maior herança e acervo fotográfico de nossa João Monlevade!