Na fotografia acima, dos anos 1960, a Usina da Belgo-Mineira, ao centro, cercada pela Vila Operária que se transformou na cidade de João Monlevade, neste lindo cenário aéreo.
Hoje, 29 de abril de 2024, João Monlevade completa seu 60º aniversário de emancipação político-administrativa. Muitas histórias, muitas pessoas envolvidas no processo emancipatório. Monlevade, que cresce verticalmente, mas que deixa tanto a desejar hoje em tantas outras áreas, como por exemplo no plano cultural e artístico. A cidade ficou estagnada, onde hoje se pratica uma política retrógrada, à moda coronealista.
Nós, que vivemos tantos anos sob as saias da Mãe Belgo-Mineira, talvez tenhamos ficado mal acostumados. Mas não havia modos de reverter a história, de quando até para trocar a lâmpada queimada de nossas casas, a Mãe Belgo-Mineira mandava um eletricista. Os fogões eram elétricos, a água de graça e tudo girava em torno dela, que também controlava a vida social de toda a comunidade. Fosse operário da Usina ou não. Ela quem cuidava do futebol, formava times e contratava jogadores; ela quem promovia os grandes bailes e investia no carnaval. Ela quem construiu toda a cidade, os clubes, as praças, as escolas. Foi a Belgo-Mineira quem exerceu seu espírito maternal até meados da década de 80, quando decidiu destruir parte de nossa história. Assim começou a mudar a nossa história.
Mas, deve-se ao seu crescimento, o talento dos homens, metalúrgicos, operários, que deram seu suor para torná-la competitiva, fabricando um aço nobre, o fio-máquina. E foram outros que fizeram de nossa João Monlevade uma cidade próspera. No entanto, não manteve a sua qualidade de vida talvez pelo excesso de zêlo, como um filho mimado. Custou a aprender a andar com as próprias pernas e ter a vontade própria. Mas, apesar dos pesares, ainda gosto muito de você, minha terra-natal.
Parabéns, João Monlevade, pelos 50 anos! Temos muito ainda a aprender e que cheguem novos sonhadores com propostas avançadas, de vanguarda, para fazer com que a boa terra não sucumbe no desleixo, na mesmice político-partidária. Há novos sonhos a conquistar e, aproveitando que se trata de uma ano eleitoral, que tal mudarmos nosso voto, o seu voto de cabresto, porque a hora de mudança é agora.