Acima, a Bandeira do nosso Município
NOSSO HINO
Quase todos os países, estados e cidades ostentam, como símbolos de sua identidade, ao lado da Bandeira e Brasão, o seu Hino, cantado galhardamente na abertura de eventos importantes, brilhantemente executado durante o hasteamento de bandeiras.
Nossa terra não poderia furtar-se à tradição. Embora sua Bandeira e seu Brasão só tenham sido cunhados alguns anos após sua emancipação política, ocorrida em 1964, muito tempo antes, nas festas escolares, as crianças da época cantávamos um belo hino. Embalados, então, pela sonora melodia composta por Mozart Bicalho, sua simples evocação, até hoje, “nos infla o peito e incita o perfeito brio nacional”.
É bem verdade que, por aqueles tempos, com o Distrito recém-instalado, Carneirinhos não passava de uma rua poeirenta, comprida e inacabada que dividia as terras e as propriedades dos Bicalho, dos Martins Lima, dos Paula Santos. Na realidade, a cidade, no seu sentido urbano, acontecia na área industrial, onde a Belgo imperava praticamente sozinha, disponibilizando para a população predominantemente operária tudo o que se fazia mister: água, esgoto, iluminação e energia, educação e prédio escolar, recreação, clubes e salão de cinema, saúde, hospital e posto médico, abastecimento e moradia, igreja, em suma, tudo o que constitui a “urbs” e a “civitas”. Era natural que, nesse contexto, o Hino da cidade fizesse referência a Luxemburgo que “de braços abertos, com passos bem certos nos vem ajudar”. E que nos convidasse a aplaudir “com muita simpatia, esta Companhia com alma a vibrar”.
NOSSO BRASÃO DE ARMAS
Brasão do Município
O Brasão Municipal tem o formato de um escudo português reto, de base semicircular, tendo como cores de fundo o marrom, que simboliza o minério de ferro, e o verde, que lembra as matas de onde se extrai o carvão. Este escudo vem encimado por uma coroa mural que representa a autonomia do município e ostenta, de cada lado, um ornamento cinza metálico, referência à metabilidade do aço. Em cada ornamento lateral, há uma pequena faixa onde se inserem duas datas: 1935, marco da instalação da Belgo-Mineira e 1964, ano da emancipação política do município. Na parte inferior, uma faixa amarelo-ouro une os dois ornamentos e nela se inscreve a inscrição “Fraternidade, Trabalho e Prosperidade”. No centro do escudo desenha-se o mapa do município, em cujo interior se destaca a figura de um operário retirando a amostra do aço durante o lingotamento.
Da análise descritiva acima, depreende-se que o criador do Brasão de Armas de João Monlevade, o monlevadense José Rodrigues, pretendeu salientar sua riqueza econômica, originada na extração do minério de ferro e em sua transformação em aço (operário) através de processo siderúrgico consolidado pela Belgo Mineira. Assim, consagrando a Belgo como a célula-máter do desenvolvimento e ponto de partida do conglomerado populacional que aqui se estabeleceu ao longo dos anos, paralelamente, o artista vinculou a essa riqueza econômica o crescente progresso que se consolidou com a emancipação política (mapa) em 1964.
O dístico “Fraternidade, Trabalho e Prosperidade”, inscrito no Brasão, resgata a identidade do povo monlevadense: uma cidade formada de famílias que, provenientes de várias cidades da região, aqui se irmanaram (Fraternidade) através do Trabalho e construíram uma comunidade destinada a um futuro promissor (Prosperidade).
O Brasão Municipal de João Monlevade foi oficializado através da Lei nº 249, de 15 de janeiro de 1971, sancionada pelo Prefeito Germin Loureiro.
NOSSA BANDEIRA
A Bandeira do Município é formada por dois trapézios e um triângulo: os dois trapézios, iguais em suas dimensões, sendo o superior de cor verde e o inferior de cor marrom, ligam-se através de suas bases menores, enquanto suas bases maiores formam as bordas horizontais da bandeira; o triângulo, de cor branca, cuja base compõe a borda vertical esquerda da bandeira e cujo vértice oposto à base coincide com o centro da bandeira, contém em seu interior um triângulo equilátero centralizado, de cor vermelha, com base horizontal. Do lado esquerdo desse triângulo, há a efígie de um homem de chapéu alado, que representa o comércio, e, do lado direito, uma engrenagem, que representa a indústria.
É também bastante significativa a simbologia de nossa Bandeira: recuperando as cores verde e marrom de nosso Brasão, com seus respectivos significados, agrega-lhes as cores e o formato da Bandeira do Estado de Minas. É João Monlevade que alavanca o progresso de Minas Gerais através de suas atividades econômicas fundamentais: o comércio e a indústria.
Da autoria do mesmo criador de seu Brasão, a Bandeira do Município também foi oficializada pela Lei nº 249, de 15 de janeiro de 1971, sancionada na primeira gestão de Germin Loureiro.
*Pesquisa e Texto: Geraldo Eustáquio Ferreira (Professor Dadinho)
Publicada na edição de nº 99 do jornal “Morro do Geo”, julho/2006.