Juventino Alves Caldeira nasceu em Santa Bárbara em 23 de março de 1923. Filho de Lucindo Alves Caldeira e Zulmira Pinto Caldeira, veio ainda muito jovem para Monlevade com seus pais e irmãos, lá pelo final dos anos 30. Casado com Lygia Capelle Caldeira, teve os seguintes filhos: Vera Lúcia, Mário Lúcio, Nivaldo, Juventino Filho, Cláudia, Valéria, Luiz Cláudio e Lucindo.
Trabalhou inicialmente para a empreiteira de José Silvério. Admitido bastante jovem na Belgo, trabalhou como Auxiliar em seu Almoxarifado, sendo posteriormente promovido à chefia do mesmo setor. Com a experiência adquirida neste setor, onde constantemente expedia balanços de mercadorias, adquiriu um conhecimento que lhe permitiu, certa vez, elaborar relatórios tão bons que possibilitaram à Belgo a venda muito bem sucedida de duas unidades, uma Madeireira e uma Açucareira, sediadas em Governador Valadares. Do Almoxarifado passou ao Serviço Social da empresa onde trabalhou ao lado de Adhemar Soares de Oliveira e José de Almeida. Nessa condição, atuou na venda das casas aos operários, sendo importante sua intermediação no trato com os trabalhadores, temerosos de contrair dívidas com a empresa. Posteriormente muitas pessoas acabaram agradecendo esta intermediação dizendo que, “se não fosse o Juventino, não estariam de posse de suas boas residências”.
Ainda nesse setor, com o plano da Belgo de promover o desfavelamento do Bairro do Jacuí, área privilegiada para moradia devido a suas excelentes condições ambientais, foi encarregado pela empresa de promover a construção de projeto habitacional, com casas construídas em regime de mutirão: entregou apenas 18 casas, porque o projeto, de 100 casas, não encontrara apoio na população.
Vereador em Rio Piracicaba, ainda antes da emancipação de João Monle-vade, atuou na implantação da Cemig em Carneirinhos: sendo Prefeito Jésus Drumond, como não havia dinheiro para a empreitada, negociou junto à Belgo-Mineira, o pagamento antecipado de impostos devidos, obtendo-se assim os recursos necessários para trazer a energia elétrica para Carneirinhos, à época ainda bem rural, servida por iluminação de lamparinas. “Na época, – relata seu irmão Ildeu – com os técnicos da Cemig debruçados em um mapa da cidade na mesa de bilhar do Bar do Bio, debaixo de uma lâmpada muito fraca, na presença do Padre João, Alonso e do próprio Bio, decidiu-se dar o nome de Lucindo Caldeira, nosso querido pai, a uma das ruas da localidade”.
Outro ramo de atividade em que atuou foi o ramo farmacêutico. Em 1967, com a Farmacia de José de Barros quase fechando, Juventino, que nos tempos do Almoxarifado da Belgo se responsabilizava pelo controle de estoques da farmácia da Belgo, acabou pegando gosto pela coisa, e, com seu irmão Ildeu Caldeira, acabou comprando a farmácia que funcionou com eles até quase o final dos anos setenta.
Sua segunda etapa na política deu-se com sua eleição para vereador em 1972, quando venceu as eleições municipais o médico Lúcio Flávio de Souza Mesquita. Naquela legislatura, ocupou a Presidência da Casa em 1973 e 1975, mas, com a saúde debilitada, acabou renunciando ao mandato seis meses antes de cumpri-lo.
Dono de um temperamento muito afável e sempre bem humorado, Juventino contou sempre com a admiração e amizade das pessoas. Tendo residido na Avenida Getúlio Vargas, mais ou menos onde se situa hoje o Mazza Foto (a residência ainda existe). Juventino Caldeira faleceu em 1981.
*Pesquisa e Texto: Geraldo Eustáquio Ferreira (Professor Dadinho)
Matéria publicada na edição de nº 114 do jornal “Morro do Geo”, de outubro/2007.