Década de 1950 e a Belgo-Mineira construía um dos mais belos cinemas de Minas Gerais. Erguido ali na praça Ayres Quaresma e fazendo parte da arquitetura neoclássica de influência européia, estava vizinho a bares, barbearias, clubes, farmácias, escolas e de uma emissora de rádio. Com seus quase mil lugares e uma acústica perfeita, o denominado Cine Monlevade fez parte da nossa história. Filmes e espetáculos musicais e teatrais. História dos primeiros encontros, primeiras carícias de mãos, primeiros beijos. Era comum um aluno ou aluna macular aula no Colégio Estadual de João Monlevade para pegar uma sessão de cinema. Era comum o início dos namoros.
A pipoca, o refrigerante, a bala. Longas filas se formavam nas sessões de domingos, e a primeira matinê era às 10 horas. Depois, outra sessão às duas da tarde, seis e meia e oito e meia da noite. Durante o horário de recreio do Estadual, a vontade dos estudantes de pegar a última sessão, durante os dias de semana, sempre observados pelos saudosos senhores Macedo e Enerval, homem magro, altivo e sempre elegante postando seu terno impecável!
Um pensamento em “Cine Monlevade: Apenas um retrato na parede! Marcelo Melo”
Era majestoso mesmo este cinema! Era sempre muito limpo com o seu piso bem encerado e brilhando! O salão com os cartazes e posters dos filmes! E a bilheteria bem do lado com aquela janelinha! Impressionante que tudo isto desapareceu num flash de luz!!