“Luzia do Cartório”: “A Monlevadense do Século”! Por Marcelo Melo

Maria Luzia de Oliveira, a grande “Luzia do Cartório”: uma mulher guerreira que deixou sua obra imortalizada

Nascida em Rio Piracicaba, em 1925, Maria Luzia de Oliveira, que ficou popularmente conhecida como “Luzia do Cartório, era a mais velha de uma família numerosa, onde reinava o sexo feminino. Entre os vários irmãos, apenas um homem. Filha de Jonathas de Oliveira (Joanico do Cartório) e Zulina Melo de Oliveira, Luzia dedicou sua vida à Família, ao lado profissional, à Igreja e trabalhando pela Comunidade, sempre voltada ao trabalho voluntário.

  Desde criança, sempre foi uma menina muito responsável, diante da educação que recebeu dos pais e, já aos 7 anos, mudou-se de Rio Piracicaba para Mariana, onde foi estudar no Colégio Interno da Providência. Mas acabou não gostando e três anos mais tarde retornou à cidade-natal. No entanto, sua vida acadêmica parecia estar marcada naquela escola e, retornou aos 16 anos, onde estudou por mais oito anos. Em dezembro de 1949 formou-se como Professora, mas quatro dias depois já estava trabalhando no Cartório de seu pai, o saudoso Seu Joanico, ainda em Rio Piracicaba – quando João Monlevade era distrito. Dois anos depois, ou seja, em 21 de fevereiro de 1951. tornou-se titular concursada. Depois de Rio Piracicaba, a família mudou-e para João Monlevade e o Cartório funcionou por vários anos na Rua Tieté, mudando-se para Carneirinhos no final da década de 1970. E, durante praticamente 50 anos, foi escrevente e titular do Cartório de Registro e Notas de João Monlevade, somente deixando a atividade profissional em 28 de maio de 1998.

  Luzia lembrou, durante uma entrevista que concedeu ao “Morro do Geo”, durante sua 1ª edição, em fevereiro de 2001, que foi uma profissão muito gratificante, “pois tinha a oportunidade de ajudar as pessoas”. Ela não gostava de tocar no assunto, diante a sua modéstia e humildade, mas foram centenas de pessoas carentes, sem perspectivas de futuro, que conseguiram a aposentadoria pelo Funrural ou mesmo pelo INSS, graças ao seu empenho juntos aos órgãos competentes. Do contrário, muitos estariam passando necessidades. Luzia “do Cartório” também atuou em várias áreas sociais, sempre como voluntária, assim como na Igreja, sendo uma católica fervorosa, herança deixada pela família. No entanto, jamais usou de seu carisma e popularidade como um trampolim político. Sempre foi uma política em suas ações do cotidiano, mas detestava se envolver em política partidária.

  Escolhida a “Monlevadense do Século” em dezembro de 2000, através de um concurso idealizado pela extinta AMI – Associação Monlevadense de Imprensa – conseguiu,  vencer nomes como Germin Loureiro, Antônio Gonçalves, Leonardo Diniz e Louis Jacques Ensch. Naquela oportunidade, demonstrando sua humildade, chegou a fazer campanha para que Louis Ensch fosse o escolhido. Mas não teve jeito; ela foi a vitoriosa, através da votação popular.

  Aqui um pouco da história desta grande mulher, professora aposentada e proprietária do Cartório. Uma guerreira, dinâmica e dedicada à justiça social. Aqui construiu um mundo mais justo e, como seu primo, posso afirmar que muito aprendi com esta grande mulher, Dona “Luzia do Cartório”. Uma obra que aqui deixou, em vida terrena, será eternizada. Talvez merecesse ainda mais homenagens do que já havia recebido, mas nunca se importou com estas coisas. Pessoa simples, bondosa e sincera nos atos e nas palavras. Uma das personalidades mais respeitadas, populares e amadas de João Monlevade, que nos deixou em 3 de julho de 2015, aos 89 anos de idade.

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