Aqui a imagem de Santo Eloi, que fica nas escadarias da Igreja
Poucos devem ser os monlevadenses que sabem da disputa acirrada que foi para se escolher o nome da Igreja Matriz, construída pela Belgo-Mineira ma década de 1940, sob a mata nativa, ali à Rua Tapajós. Na época, a Belgo havia contratado o arquiteto Yaro Burian, natural da Tchecoslováquia, para planejar a construção da cidade. Nasciam as ruas Siderúrgica, Beira-Rio, Cidade Alta, Aimorés, Tocantins, Tapajós, Tupis, Guarani, Tamoios, Tabajaras, Tieté e os bairros Vila Tanque, Jacuí, Pedreira. Junto à construção da cidade, e pela fé cristã dos primeiros moradores do antigo distrito e pioneiros da Usina de Monlevade, a empresa achava interessante a construção de uma Igreja. Afinal, toda cidade que se preza, tem a sua Igreja Católica, uma cadeia e uma praça. E até aquela época as missas eram celebradas pelo Padre Levi, de Rio Piracicaba, no gramado em frente à Fazenda Solar. Pode-se assim dizer que era como uma missa campal.
Pois bem, mas vamos voltar ao caso em pauta, que era a escolha do nome da Igreja. Inaugurada em 25 de setembro de 1948, projetada também por Yaro Burian em forma de “V”, de Vereda, Verdade e Vida. A construção teve início em 1942 e, em 1946 (dois anos antes da inauguração oficial), surgiu a polêmica para escolha do nome da Paróquia. Yaro Burian, católico praticante, era devoto de Santo Eloi, padroeiro de sua cidade natal, e decidiu requerer o nome do “conterrâneo” para batizar a Igreja. Por sua vez, o arcebispo de Mariana, Dom Helvécio, sugeriu o nome de Matriz Santa Bárbara. No entanto, após muita discussão, prevaleceu a voz do pároco do distrito de João Monlevade, Cônego Higino de Freitas que, objetivando prestar uma homenagem às famílias monlevadenses – que na sua grande maioria eram formadas de metalúrgicos -, apresentou como opção o nome de São José Operário. E ele saiu vitorioso.
No entanto, para agradar as partes, vem a explicação do motivo pelo qual há uma imagem de Santo Eloi nas escadarias da Igreja Matriz. Enquanto isso, a imagem de Santa Bárbara ocupou um lugar nos altares do templo, ficando São José em local de destaque, no hall da entrada principal. E a primeira festa do Padroeiro São José realizou-se no dia 19 de março de 1946, com uma grande missa, sendo também comemorado o Dia do Trabalhador.
Começava ali uma bonita história!