A História é a mãe da Estória (Os bairros acabaram ganhando novos nomes)! – F. de Paula Santos

Uma foto antiga do Rosário, provavelmente da década de 1970, quando o bairro era era conhecido como “Jacaré”, devido às centenas de árvores de Jacaré que havia na região

Já foi dito. É sempre repetido, mas não custa lembrar: “Quem ignora o passado, tem presente, mas não terá futuro”. Parece-nos apenas mais uma frase de efeito, até o momento que a compreendemos. As pessoas parecem ávidas por novidade e, às vezes, só vão encontra-la quando voltam um pouco ao tempo. Por falar no pretérito, eu cheguei a Monlevade pelo bairro Bela Vista, que era ali, pertindo do “Onça”. Parece confusa, mas a cidade denominada Bela Vista de Minas era, até alguns anos atrás, um bairro de João Monlevade. E muita gente conhecia como “Onça”. Havia até aquela brincadeira cruel: “você mora no Belo Onça”?

Pois é! Mas naquele tempo existia ainda o “Morro dos Cabritos”, que ligava Bela Vista ao Bairro Santa Cruz. Bem ali na “Praia dos Urubus”, como era conhecido o campo de futebol do Olímpico (ex-Vigilante – também chamado de “Fuça-Marmitas”), e do industrial, tradicionais equipes do futebol monlevadense da época. O “Jacuí de Baixo” era, e continua sendo, um dos extremos da cidade e rivalizava com o outro Jacuí, o “de Cima”; hoje conhecido como Cruzeiro Celeste.

No Centro Industrial – região ao redor da Usina da Belgo-Mineira, hoje Arcelor/Mittal -, havia a “Cidade Alta” e toda uma comunidade com ruas de nomes indígenas; algumas muito perto do Grêmio Esportivo Monlevadense – que não existe mais! Contudo, Beira-Rio e Pedreira, permanecem. O Bairro Areia Preta persiste, o Vila Tanque também, assim como o Baú. Mas pouco acima do cemitério o nome do bairro mudava: era “Pirineu”. Você se lembra? Então deve saber também que o Metalúrgico era “Grota de Geraldo de Paula” e o Belmonte “Posto do Tenente”. O bairros Loanda, o Laranjeiras e o Satélite, se mantiveram firmes – muita coisa mudou neles, mas os nomes persistem. O José de Alencar foi o início do crescimento vertical. Depois o fato se repetiu no Vale do Sol. Você se lembra do “Marmota”? Hoje se chama São Benedito. O São João já foi “Peroba”; o São Geraldo “Buraco de Tatú” e o Lucília, “Buraco da Mandioca”. O Rosário era “Jacaré” e o Nova Esperança “Viva Povo”. O Bairro República, primeiro conjunto habitacional da cidade com a marca BNH, o único a ter sua história registrada numa revista exclusiva – um trabalho de vulto do seu ilustre morador, o professor Dadinho, com a colaboração da comunidade local -, chamava-se “Pedregal”.

Você que está lendo tudo isto precisa saber de um detalhe: hoje são mais de 70 bairros catalogados, segundo o Plano Diretor de João Monlevade – iniciativa não conclusiva em 2006. Mas, naquele tempo, décadas de sessenta, setenta, mais ou menos, não eram tantos assim. Os bairros aqui citados, assim eram conhecidos e, para a maioria, não existia ônibus coletivo. Era o de Carneirinhos que passava pelo caótico trânsito da Avenida Getúlio Vargas – via dupla -, e o do “Jacuí de Cima”, que seguia na direção que chamávamos antes da BR-262. O passageiro descia no ponto mais próximo de uma “picada de mata” que levava ao seu bairro e seguia o resto a pé. Inclusive quem morava no “Gataçú”, onde hoje está a UFOP e que agora é conhecido como Bairro Vera Cruz.

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