Aldo Nastrini: uma vida dedicada ao tênis e ao Social Clube!

Na foto acima, Nastrini com a eterna companheira, saudosa Dona Norma, e os filhos Marcos e Mirian

Um nome mais que conhecido na cidade; Aldo Nastrini, ou simplesmente Nastrini, ou ainda “Canastra”, o homem que chegou à pequena Vila Operária de João Monlevade em 1954, convidado pela direção da Belgo-Mineira para dar aulas de tênis aos gringos que aqui moravam e gerenciar o bar do Social Clube, fundado nos anos 1940. Aqui está instalado até hoje e uma geração de tenistas passou por suas mãos ao longo dessas cinco décadas

Tudo teve início lá atrás, no ano de 1923, quando Aldo Nastrini nasceu de uma família de descendentes de italianos, na linda cidade de Poços de Caldas. Seu pai, Sr. Pepino, era proprietário de um bar e o menino Nastrini aprendia ali a ter intimidade com a cozinha. Mas, além disso, ainda menino apaixonou-se pelo tênis e um de seus primeiros presentes ele não esquece até hoje: uma raquete, feita com um pedaço de tábua. Ali começaria sua carreira de sucesso no tênis.

Mas, como não podia ainda viver do esporte, trabalhava desde novo e o tênis era praticado sempre nos horários de folga, no Country Clube de Poços de Caldas. Era garçom e atendente nos cassinos e hotéis da cidade, nos áureos tempos em que o jogo era liberado e o sul de Minas o ponto turístico de autoridades políticas e empresariais, que deixavam o Rio de Janeiro e São Paulo para os passeios de veraneio em Poços de Caldas, Caxambu, São Lourenço. Nesse convívio Nastrini conheceu pessoas influentes e através dessas amizades conheceu tenistas famosos, entre os quais Maria Esther Bueno, com quem jogou várias vezes.

Abaixo, a Equipe do Minas Tênis campeã mineira de 1956. Ao centro, o tenista Aldo Nastrini

Amor e o Campeonato

No entanto, aos 22 anos e com uma carreira promissora no tênis, acabou conhecendo uma tímida menina que morava numa chácara ao lado do Country Clube. Era também descendente de italianos, que no início do século vieram colonizar a região inóspita, porém famosa por suas águas medicinais e solo propício às lavouras de café. Pois é, mas o amor foi imediato e Nastrini e Norma casaram-se em 1945. Cinco anos depois, já com os filhos Marcos e Mirian, transferiram-se para Belo Horizonte. Nastrini havia tido a honra de ser convidado para integrar a equipe de tenistas do Minas Tênis Clube. Por sete vezes ele conquistou o título mineiro e participou ainda por várias vezes do campeonato brasileiro.

Em 1954, reconhecido em todo o Estado como um dos melhores tenistas brasileiros, Aldo Nastrini recebe um convite da Belgo-Mineira, para ministrar aulas de tênis para a grande colônia luxemburguesa que residia em João Monlevade, e também gerenciar o bar do Social, primeiro clube de João Monlevade, fundado em janeiro de 1943.

Nastrini no bar do Social com os gringos Hloos, Guthier e Kaiser do Cassino


Durante alguns anos representou a Belgo-Mineira em diversos torneios de tênis entre empresas e, por mais de 30 anos, foi proprietário do bar e do restaurante do Social, chamado “Bar do Canastra”, onde fez história com seus churrascos e salsichões, além de pratos dos mais variados. Os pais que penavam para pagar os vales dos filhos no final do mês. Muitos, conforme relatou Nastrini, pediam para que cortassem a conta dos meninos. “O salsichão dá saudade e mesmo sendo suspeito para falar, era muito bom”, disse o hoje aposentado tenista campeão e comerciante.

Aldo e os irmãos Élio, José, Hélio, Aparecida e Luis


Mas, durante os anos em que ficou à frente do bar e restaurante do Social, o sucesso somente foi possível graças à dedicação da companheira inseparável Dona Norma. Quando se casou, era costureira e de cozinha não entendia nada, disse a filha Miriam. No entanto, como diz o ditado, “a força do hábito faz a boca torta” e Dona Norma se tornou uma cozinheira de mão cheia, e seus quitutes eram apreciados por todos os associados. Dia de festa no Social o melhor eram os salgados de Dona Norma e de sua fiel escudeira, conhecida como Maria, uma negra com mãos de fada para a cozinha.

*São quase 70 anos vida em Monlevade, tendo residido junto à esposa, saudosa Dona Norma, durante décadas, ao lado do Social clube. Hoje, devido à idade avançada e dependendo de cuidados médicos, reside no Bairro de Lourdes, e com o carinho diário da filha, do genro, netos e bisnetos.

Texto: Jornalista Marcelo Melo!

*Matéria transcrita da edição de nº 101 do jornal “Morro do Geo”, de setembro/2006.

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