Da. ANA NA LOJA DUVAL!
A Vila dos Gomes, Terra de minha mãe, é uma comunidade organizada, cujas pessoas são unidas e trabalham em grupo pelos interesses locais, o que muito nos orgulha. Minha prima Roberta é especialista em contar “causos”. Falando baixinho, sorrindo e de forma muito sutil, alegra-nos em relembrar o passado.
Conta-me ela que a Ana de Ambrósio, que tinha cinco filhos, era sempre muito ágil e apressada, e de certa feita, numa época em que o xadrez era a estampa preferida (principalmente no inverno), ela adentrou na Loja do Sô Duval, ansiosa para comprar o tecido xadrez para fazer roupas para os filhos. Então, dirigindo-se ao Sô Duval: – “Quero pano para calça pra Bené Riscado, Vestido pra Dorvalina de Chita e camisa pra Antônio Xadrez”.
Só acalmando-a bem que o Sô Duval conseguiu entender.
O ROUBO DO TNC!
O Gol. Há alguns anos houve um jogo entre um time do Prata e de Rio Casca, na zona rural, perto da ponte sobre o Rio Doce, que faz a divisa entre os dois municípios. Campo cheio, moças casadoiras à beira do campo, limonada para refrescar, crianças brincando; todos aguardando a contenda. O jogo começa, a disposição dos jogadores é grande. Termina o primeiro tempo, sem gols. Inicia-se o segundo tempo, e um beque raçudo deu uma espanada que a bola nova foi longe, caiu num riacho e foi embora. Arranjaram uma outra bola, já meio sofrida de tantas bicudas, mas era o jeito para terminar o jogo. Quase ao final, o placar ainda perdurava 0 x 0 e o juiz apitou um penalty para o time da casa. Zé Pereirinha foi lá, colocou a bola na marca e mandou brasa…. a bola quando saiu em direção ao gol rebentou a costura, o couro ficou no chão e a câmara de ar entrou no gol adversário… Gol. Gol. Gol… Formou-se a confusão, o couro que revestia a bola não entrou no gol, entrou apenas câmara de ar… E o juiz… o que fazer?
A discussão pegou fogo. Discute-se dali, fala daqui, ninguém sabia como resolver, o fato era inédito. O Sô Zé Nacleto, Juiz de Paz, homem experiente, tava na beira do campo e foi chamado. Não entendia nada de futebol, mas sugeriu que fosse considerado “meio gol”. Aí o capitão do time visitante perguntou: – “mas e o resultado, como fica?” O Juiz de Paz solenemente arbitrou : “meio a zero…”
Bacana. Show de bola!