História que o Coração contou!

Texto extraído da Revista “Belgo”, publicada em Jan/Fev de 2002, ano 2, nº 6, e que foi elaborado pela Diretora do Grupo Teatral “Ponto de Partida”, de Barbacena, Regina Berícia, durante apresentação da peça teatral “80 anos de Glória”, comemorativa aos 80 anos da Belgo!

Belgo. Eu queria contar a sua história como meu coração entendeu! Tem horas que penso que você é um rio caudaloso, cheio de afluentes. Outras vezes imagino que você é um imenso Jacarandá, que não se dobra nunca. Mas a imagem que mais me fascina é a de um bambuzal: vários bambus independentes, mas tão interligados que parecem um único tronco! Flexíveis. Dançarinos a acompanhar o ritmo do vento e que, nas tempestades, são capazes de vergar. até o chão e voltar a apontar o céu. Por isso não se quebram, jamais.

A história da Belgo não é só de uma empresa que virou um dos grupos mais poderosos do país. É também – a história dos homens que trabalharam e trabalham nessa construção. Por isso é intangível. É a emoção ao apresentar um novo projeto, é o medo de que o desafio seja maior que sua coragem; são as noites de insônia provocadas pela necessidade de tomar uma decisão que afetará milhares de vidas e milhões de dólares; é a euforia da criação de um novo produto; é o conforto do afago do companheiro num dia tão ruim; é a raiva do chefe quando você executa mas não concorda; é o prazer da conquista do prêmio; é o estresse de uma disputa sem partilha; é a segurança de quem trabalha num grupo de confiança.

A história da Belgo é sua honradez, cumprida de geração em geração como uma lei, cunhada apenas no coração dos homens. Sua história são os bens que acumulou, seu patrimônio material e cultural, os fazeres e os saberes dos homens, o respeito e o reconhecimento que conquistou. A história da Belgo é o seu ambiente fecundo, que promove oportunidades, repassa conhecimentos, reinventa processos, tempera o aço à moda brasileira. É a sua coragem no enfrentamento das crises, sua humildade em se auto-avaliar, sua tenacidade para se transformar; sua inquietude, sua solidez; sua diversidade, sua unidade. Também é esse orgulho, essa cabeça empinada, essa fome de ser a melhor, a número um. A verdade, Beatriz, é que por onde a Belgo andou, a história foi sempre a mesma: seja no sertão, seja no Vale do Rio Doce, infestado de malária, seja em Carbonita, no Alto Jequitinhonha, onde a CAF desenvolveu um processo de reflorestamento; a Belgo ergueu hospitais, escolas e casas; saneou regiões; construiu hidrelétricas; abriu estradas; iluminou aldeias, plantou cidades. É como se o espírito desbravador de Jean Monlevade tivesse se encarnado na Belgo e ela carregasse em seu alforje essa vocação, essa sina de deixar rastros de um processo civilizador e de escrever sua história entrelaçada às das terras que ocupa e à de sua gente.

Isso também é a história da Belgo. O compromisso com sua gente. Que se aprofunda e se renova cada vez que se vê a alegria do Carlinhos ao tocar sua primeira música ao violino junto com a orquestra. A mesma alegria de Tereza que quase enlouquece porque vai conhecer o Saramago de perto; ou de Maria, que, tal qual Miguilim, põe os óculos e enxerga a vida no exato; ou quando Paulo, depois de dezenas de tentativas, quebra o ovo no centro da tigela e começa a amassar o pão. Ou, ainda, quando os peixes voltam aos rios e ela reafirma em seus projetos a sua quase obsessão com a qualidade da saúde e da educação.

Na fotoabaixo, o homem responsável pelo início de tudo e, principalmente, por João Monlevade ser o pólo industrial que é, Dr. Louis Jacques Ensch. Nascido em Grão Ducado de Luxembugro, em 1895, diplomou-se em 1920 e iniciou sua carreira de engenheiro siderurgista. Convidado para dirigir a Usina da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, chegou em Sabará em 10 de novembro de 1927. Em 1935 inicia a construção da usina de Monlevade


Em nenhum verso ou canção caberia essa estória. Talvez apenas ela pudesse se aproximar do real. Silêncio! Estão escutando? Um tum-tum-tum compassado, visceral. É o batimento do coração de todos os homens que nesse momento operam as centenas de máquinas da Belgo espalhadas por esse mundão de meu Deus. O futuro? Você é que abre sua estrada, mas o espírito da Belgo permanecera vivo e potente enquanto seus homens forem capazes de preservar sonhos!

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